terça-feira, 25 de maio de 2010

Li por aí..

O tempo é muito lento para os que esperam...muito rápido para os que têm medo... muito longo para os que lamentam... muito curto para os que festejam. Mas, para os que amam, o tempo é eternidade.

William Shakespeare


sexta-feira, 16 de abril de 2010

a propósito do dia internacional do beijo...

no beijo está o começo, o fim, está onde te encontro, onde me perco.
beijo, esqueço, sinto, olho, toco.
nele sei quem sou, quem és, quem deixamos de ser.
todos os dias são dias de beijo.
toda a vida é tempo de beijo.
a eternidade encontra-se no beijo.
no beijo se esconde o para sempre...
(autora desconhecida)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

sigh


wondering over a story about a theatre at the end of a pier...
stage magic as the rain came down...
an audience who couldn't tell the difference between magic and illusion and to whom it would make no difference if every illusion was real..

domingo, 21 de março de 2010

Um. Dois. Três. Quatro. Cinco

Conto os passos que ecoam na rua. Os meus passos. A rua está quase vazia.
Gosto de caminhar pelo Chiado em dias assim. Um sol tímido, uma brisa quente que faz ondular os meus cabelos.

Uma, duas, três, quatro, cinco pessoas na rua... O som dos seus passos mistura-se e brinca com os meus. O som passeia-se como uma melodia enquanto caminho. Os sons da manhã. As lojas a abrir, as chávenas a tilintar, as cadeiras a serem colocadas na esplanada. Gosto de ver o dia nascer. Gosto de começar e recomeçar e...

"Bom dia. O que deseja?"... Caramba, logo uma pergunta com tantas respostas possíveis... Um dia de sol destes amanhã? Uma rosa na almofada ao acordar? Um pássaro na janela a cantarolar?.... "Olá, bom dia. Um chá preto e uma torrada com doce de laranja.", foi o que pedi.
A esplanada fica naquela rua pequenina, sabes qul é, sempre foi ali que me viste.
Abro o meu livro e proponho-me a perder por entre as palavras. Chega o chá, a torrada e na cor do doce reflete o sol que me aquece o rosto e os braços e o coração.

Silêncio.

Agora um silêncio rodeia-me.

Não ouço os carros, as colheres nas chávenas, as senhoras a falar, os miúdos a rir...

Passos.

Um, dois, três, quatro, cinco... Uma brisa que me envolve num perfume familiar.

Fecho os olhos e... Sorrio.

Volto a ouvir o burburinho daquela manhã.
Caminho agora descendo a rua, os Armazéns florescem lá em baixo. Conto mais pessoas na rua.

O grupo de cinco meninas que segredam sobre "aquele rapaz que se senta na última fila", as quatro senhoras que comentam "era tão boa rapariga", os três velhotes que dizem que "o golo foi injusto, estavam a jogar bem", o casal de enamorados que passeia de mão dada e se olha como se mais nada existisse e uma mulher que desce a rua enquanto ecoam os seus passos. Eu.

Um, dois, três, quatro, cinco.

De novo silêncio no barulho da manhã e o som dos passos e a brisa com o perfume familiar que brinca com os meus cabelos e me acaricia o rosto.

Parei.

Olhei para trás e... Sorri.

Um.

Dois.

Três.

Quatro.

Cinco.

Foram os passos que bastaram.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

adormecer aqui e amanhecer noutro lugar.


e se um dia acordar noutro sítio que não aquele no qual adormeci?


seria como viajar num comboio, numa viagem de interrail, adormecer numa cidade e acordar noutra..


gostava de me deitar um dia, na minha cama, na minha almofada, no meu quarto.. e acordar longe, noutro lugar, noutra almofada, noutra cama, noutro quarto..

estarias tu ao meu lado? iria acordar e os teus lábios a primeira imagem da manhã? ou seria só o teu cheiro que perdurava na almofada ao meu lado?


gostava de me deitar um dia, na minha cama, na minha almofada, no meu quarto.. e acordar longe, noutro lugar, noutra almofada, noutra cama, noutro quarto..

estaria ainda de noite? estaria ainda a lua lá no alto a olhar para mim? ou seria sempre de noite?


gostava de me deitar um dia, na minha cama, na minha almofada, no meu quarto.. e acordar longe, noutro lugar, noutra almofada, noutra cama, noutro quarto..

estaria num comboio a passar uma fronteira? ouviria outra língua que não a minha? ou seria apenas alguém perdido a pedir indicações?


gostava de me deitar um dia, na minha cama, na minha almofada, no meu quarto.. e acordar longe, noutro lugar, noutra almofada, noutra cama, noutro quarto..

ouviria o mar a enrolar a areia? sentiria o cheiro da praia? ou seria só a toalha molhada na varanda?


gostava de me deitar um dia, na minha cama, na minha almofada, no meu quarto.. e acordar longe, noutro lugar, noutra almofada, noutra cama, noutro quarto..


contigo.