
pirata
sou o único homem a bordo do meu barco.
os outros são monstros que não falam,
tigres e ursos que amarrei aos remos,
e o meu desprezo reina sobre o mar.
gosto de uivar no vento com os mastros
e de me abrir na brisa com as velas,
e há momentos que são quase esquecimento
numa doçura imensa de regresso.
a minha pátria é onde o vento passa,
a minha amada é onde os roseirais dão flor,
o meu desejo é o rastro que ficou das aves,
e nunca acordo deste sonho e nunca durmo.
sou o único homem a bordo do meu barco.
os outros são monstros que não falam,
tigres e ursos que amarrei aos remos,
e o meu desprezo reina sobre o mar.
gosto de uivar no vento com os mastros
e de me abrir na brisa com as velas,
e há momentos que são quase esquecimento
numa doçura imensa de regresso.
a minha pátria é onde o vento passa,
a minha amada é onde os roseirais dão flor,
o meu desejo é o rastro que ficou das aves,
e nunca acordo deste sonho e nunca durmo.
Sophia de Mello Breyner Andresen
acordei com uma enorme vontade de ser pirata e zarpar...
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