sexta-feira, 30 de julho de 2010

cenas

"I have a tendency not only to see the best in everyone, but to assume that everyone is emotionally capable of reaching his highest potential. I have fallen in love more times than I care to count with the highest potential of a man, rather than with the man himself, and I have hung on to the relationship for a long time (sometimes far too long) waiting for the man to ascend to his own greatness. Many times in romance I have been a victim of my own optimism."

Eat, Pray, Love by Elizabeth

(copiado à descarada http://asnovenomeublogue.blogspot.com/ :)) )

segunda-feira, 26 de julho de 2010

em arrumações...



Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mão à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
e eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os meus olhos
eram peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

...Adeus.

(Eugénio de Andrade)

sexta-feira, 9 de julho de 2010


Há dias em que as palavras faltam. Os sentimentos e emoções convivem dentro de nós num turbilhão que não quer parar. Dias escuros onde só nos apetece ficar sós. Dias em que queremos apenas fechar portas e janelas ao mundo. Dias em que nos apetece hibernar, fugir, comprar um bilhete só de ida. Dias em que nos apetece estar longe... simplesmente ir. Dias que gostaríamos simplesmente dormir e estarmos alheios do que se passa à nossa volta. Dias em que certamente estaríamos OFF se tivessemos um botão que nos permitisse ficar assim. Dias em que nos temos que desligar e parar.

não gosto destes dias. Não consigo evita-los. Mas acho que ás vezes é preciso parar e só depois avançar de novo, com mais segurança, com mais ânimo e com outros olhos.